As vendas digitais faturaram cerca de R$ 21 bilhões no primeiro semestre de 2017, segundo o 36º Webshoppers, divulgada na quarta-feira (23) pela Ebit. O crescimento foi de 7,5% comparado com o mesmo período de 2016, quando foram registrados R$19,6 bilhões.

Com os resultados, o Ebit alterou a expectativa do e-commerce para 2017, um aumento de 10% e não de 12% como tinha previsto.

“A notícia boa é que o número de pedidos voltou a crescer. Mas uma redução de 12% para 10% não é de preocupar. Vai depender do segundo semestre”, afirmou Pedro Guasti, CEO da empresa.

Ele ainda afirma que a economia brasileira reagiu na primeira metade de 2017, refletindo diretamente no e-commerce. O Banco Central revisou para cima as projeções de vendas no varejo, além da queda no desemprego e na inflação.

Isso fez com que o índice de pessoas dispostas a comprar online passasse para 84,3% no trimestre de 2017, saindo do seu pior patamar na história.

Com a liberação do FGTS inativo e o maior uso dos dispositivos móveis foram algumas das razões pelas quais o número de pedidos se recuperou de um semestre ruim, inclusive no aumento de pedidos, reajustado para cima na projeção de 2017 do Webshoppers.

Mais frete grátis – exceto nos grandes

O e-Commerce aumentou a oferta de frete grátis em relação aos semestres anteriores. De acordo com o 36º Webshoppers, a oferta de entregas gratuitas pulou de 35% no segundo semestre do ano passado para 38% no primeiro trimestre de 2017.

Já levando em conta somente os dez maiores lojistas, a estratégia foi inversa: caiu o percentual de 22% para 18%. “Esse negócio de oferecer frete grátis acabou, principalmente por parte dos grandes varejistas.

Em contrapartida, no mercado em geral, o frete grátis aumentou. Lojas de categorias como cosméticos usaram bastante essa estratégia”, afirmou André Dias, COO da Ebit.

Frete grátis

Dispositivos móveis

O crescimento das vendas via smartphones e dispositivos móveis em patamares bem acima da média do mercado também foi um dos destaques do relatório apresentado nesta quarta-feira.

A expansão registrada no primeiro semestre de 2017 foi de 35,9% – nove vezes maior do que o volume de pedidos do mercado – registrando um share de 24,6% de todas as vendas do mercado.

No fim do ano, 30% das vendas deve ser por meio do mobile, mas, levando em consideração o cenário no exterior, há potencial para se chegar a 35% nos próximos dois anos. Segundo Pedro Guasti, no médio prazo, existe a chance de alcançar 50% das compras.

“Quem melhorou a experiência via smartphone e tablet aumentou a competitividade em relação aos concorrentes”, cravou André Dias. “O que mais impressiona é o crescimento de 56,2% de volume financeiro.

Esse movimento deve-se à aproximação do valor do tíquete médio de compras via dispositivos móveis, que registrou aumento de 14,9% no período, se comparado ao mercado como um todo”, apontou.

Expectativas

Para o segundo semestre de 2017, a perspectiva é que as três grandes datas do calendário do varejo – Dia das Crianças, Natal e, principalmente, Black Friday – impulsionem as vendas.

Para este semestre, o relatório Webshoppers espera um crescimento de 12% a 15%. Levando em conta os números deste primeiro semestre e a estimativa para o segundo, a Ebit prevê que o mercado volte a registrar expansão de dois dígitos, atualizando para 10% a perspectiva de crescimento do mercado no acumulado do ano.

Fonte: E-Commerce Brasil