A internet das coisas ou “internet of things” é o termo utilizado para se referir a inclusão dos objetos que usamos no dia a dia a rede mundial de computadores, desde eletrodomésticos até produtos vestíveis como relógios, óculos enfim, todas as “coisas” que nos cercam no nosso cotidiano.

O conceito de conectar todas as coisas a internet é a fusão do mundo físico com o virtual, afim de tornar o seu dia a dia mais agradável e produtivo, e isso está cada vez mais próximo de acontecer pois o surgimento de carros, geladeiras, tênis e até maçanetas ligados a internet está se tornando cada vez mais comum.

Para que fique bem explícito esse conceito de internet das coisas, vamos deixar aqui um exemplo de como seriam algumas horas do seu dia caso isso já fosse uma realidade.

Você saiu do trabalho mais tarde e pega seu carro para ir a sua casa descansar, ao ligar o carro uma câmera acoplada ao painel identifica que é você, e pela sua expressão facial o carro diz a você que está cansado e que não é recomendado dirigir por longos períodos, durante o caminho a geladeira da sua casa que está conectada ao GPS do carro envia um sinal de que alguns tipos de alimentos estão faltando e será necessário passar no mercado, e automaticamente você recebe do GPS o caminho até o supermercado mais próximo.

Ao chegar em casa e abrir a porta, as luzes ligam automaticamente e o ambiente já está climatizado com a mesma temperatura do carro, pois ele avisou ao sistema de gerenciamento da sua casa que você estaria chegando, também informou que está cansado e talvez um pouco estressado com a correria do dia a dia, então o sistema de som é ativo e começa uma música relaxante de algum artista de sua preferência.

Veja neste vídeo como seria um dia na vida da internet das coisas.

De onde vem o termo “internet das coisas”?

A discussão sobre a ação de conectar objetos se deu início em 1991, quando a conexão TCP/IP ou a internet como conhecemos hoje começou a se popularizar e se tornar acessível, e a grande mente por trás disso foi Bill Joy que é cofundador da Sun Microsystems.

Apesar da ideia sobre o assunto ter se formado em 1991, apenas 8 anos depois em 1999 foi que o pioneiro da tecnologia britânica Kevin Ashton propôs o termo “Internet das coisas”, e quando completou 10 anos de estudos escreveu o artigo “A coisa da internet das coisas” e foi a partir daí que o termo se popularizou.

Segundo Kevin o cotidiano das pessoas ou a falta de tempo no cotidiano vai fazer com que elas se conectem a internet de várias formas, possibilitando acumular dados da movimentação dos nossos corpos com muito mais precisão do que podemos hoje. E com esses dados será possível economizar tanto recursos naturais quanto energéticos.

Como funciona?

Para que tudo funcione conforme mencionamos no exemplo do início da matéria, é necessário que muitas “coisas” estejam conectadas a rede de internet e que possam conversar entre si, possibilitando assim que seja efetuado o gerenciamento do seu cotidiano.

Por exemplo, o sistema de GPS do seu carro precisa se comunicar com o sistema de gerenciamento da sua casa para avisar que você vai chegar em determinado horário e ativar a climatização na hora certa, além de enviar informações pertinentes ao seu estado físico e moral para a casa criar o ambiente mais agradável possível.

Já a geladeira precisa se comunicar com o seu carro para poder lhe avisar antes de chegar em casa que faltam determinados tipos de comida na geladeira, e o carro lhe dá o caminho mais curto para efetuar a tarefa, economizando tempo e dinheiro.

A internet das coisas é segura?

Será extraordinário ver tudo isso em funcionamento no futuro, mas você já pensou que para isso acontecer será necessário um banco de dados imenso com informações a seu respeito e do seu cotidiano? Pensando por este lado deixamos um pouco o fascínio e começamos a nos preocupar mais com a nossa segurança.

Informações como horários em que você entra e sai do trabalho, dias que você faz compra no mercado, senhas de acesso, códigos de fechaduras enfim, basicamente tudo estará na internet, mesmo que protegido com criptografia estará lá, e isso nos leva a pensar se realmente estaremos seguros nesse novo mundo interligado.

Segundo uma pesquisa da Pew Research Center a internet das coisas pode trazer alguns problemas a tona, mas será como uma corrida entre as pessoas bem intencionadas e as mal intencionadas.

Vai funcionar?

Levando em consideração que qualquer coisa que esteja conectada a internet precisa receber um endereço de IP, e sabendo que os IP’s disponíveis pelo protocolo IPv4 estão acabando, fica difícil de acreditar que colocar a internet das coisas em prática seria possível.

Porém um novo protocolo de IP chamado IPv6 já foi desenvolvido e está em processo de migração por todo o mundo, apesar de ser um processo lento já se encontra em andamento e em breve todos os dispositivos irão usá-lo.

O IPv6 disponibiliza cerca de 3,4 × 10^38 (ou 340 seguido de 36 zeros na frente) endereços de IP diferentes, o que garante IP’s disponíveis para toda a humanidade por um bom tempo.